Historias e estorias que não foram contadas

Historias e estorias que não foram contadas
uma foto, de um passado distante

domingo, 4 de dezembro de 2011

EXECUTIVOS PROFISSIONAIS - Fasc. 36 e 37


 EXECUTIVOS PROFISSIONAIS  fasc. 36

“Acorde !, vá trabalhar! você só tem um dia na vida, portanto aproveite cada minuto. Dormirá melhor quando chegar a hora de dormir, se tiver trabalhado ativamente durante o dia inteiro.
A felicidade será sua se você remar a sua canoa como deve. Desejo de todo o coração que tenha sucesso e na linguagem escoteira: “ BOM ACAMPAMENTO”
                                             BADEM POWELL
 
A VOCÊ, PROFISSIONAL ESCOTEIRO, QUE DEDICA SUA VIDA PELO MOVIMENTO

CAPITULO I

O vento soprava forte e eu podia sentir toda a sua força em meu rosto. Pequenas gotas de água eram transformadas em camadas suaves que caiam e derretiam em meu corpo.
O mar estava calmo para os marujos acostumados, ( não para mim), e no convés do barco sentia o balançar das ondas batendo sobre o casco, impedindo-me manter seguro o caniço, pois era a primeira vez que usava um em uma pescaria de alto mar.
Era uma experiência inédita e tudo começou quando aceitei de pronto o convite de uma patrulha Sênior de um Grupo Escoteiro do Mar. Pensando em aproveitar a oportunidade de conhecer esta outra modalidade, pois me tornara amigo de vários membros daquele Grupo, não titubeei.
O que mais me chamou a atenção é que estavam bem equipados, seu barco tinha segurança adequada e os chefes bem preparados. Não era uma atividade barata e o gasto para montar, treinar e adestrar os jovens com o equipamento completo não podia vir de pequenas mensalidades pagas pôr alguns pois eu conhecia bem outros Grupos em que uma boa parte deixava de dar sua contribuição mensal.
Não pesquei nada. Era marinheiro de primeira viagem. Mas valeu! - Conheci de perto a sensação de estar em alto mar em uma pequena embarcação e a aventura misturava adrenalina em minhas veias, pois sempre procurei encontrar o motivo verdadeiro na minha participação no Escotismo.
Na sede qual foi minha surpresa em saber que eles tinham dois Executivos Profissionais Escoteiros, pagos pelo Grupo, para não dizer que eles próprios conseguiram na comunidade as arrecadações e isso podia pagar os seus salários e de mais dois auxiliares de escritório.
Eram dois rapazes dos seus 25 a 28 anos, ambos com cursos superiores, um em Educação Física e outro em Administração de Empresa. Nunca foram escoteiros e vieram conhecer o movimento após o convite entre diversos candidatos que se destacaram durante a entrevista e os testes, cuja mãe de um dos jovens, aplicou. Ela como todos os demais pais, ao preencher a ficha de inscrição do filho, se comprometia a colaborar de alguma forma. Formada em Psicologia, prestava serviço no Setor de Recrutamento e Seleção de Pessoal de uma grande multinacional.  
Seus proventos eram condizentes com o trabalho que executavam. Os Escotistas os respeitavam e eles além de amigos, nunca interferiam na liderança técnica. Um deles, passou três meses fazendo um curso na Capitania dos Portos local e era o responsável para colaborar no treinamento dos adultos, pois a modalidade exigia uma grande responsabilidade que a comunidade cobrava a todo instante.
Não eram simplesmente lideres técnicos. As funções eram bem detalhadas e isso é o que fazia o Grupo ter uma estrutura de pequena empresa. Só faziam cursos que interessava diretamente a atividade deles. Nenhum técnico. Não seriam treinados para serem Escotistas. Não era essa a finalidade.
Davam tempo integral, com todos os direitos de um funcionário em qualquer outra atividade profissional. Um deles executava um plano de metas feito há alguns anos antes com a colaboração de um ex-Comissário Distrital, cuja experiência empresarial  encontrou sucesso em seu ramo e hoje está aposentado. Algumas alterações foram feitas e para isso. O Conselho de Grupo através dos pais e alguns com experiência  colaboraram bastante.
Eram subordinados diretamente a Diretoria do Grupo, mas desde que solicitados e dentro de suas possibilidades, prestavam colaboração em todas as áreas.
Claro que as mensalidades existiam mas seu valor era simbólico. A comunidade conhecia bem a finalidade do Escotismo pois o plano incluía o proselitismo e isto era peça chave para a colaboração.
Fiquei muito surpreso com tudo aquilo e mais ainda quando soube que o Distrito também possuía a mesma estrutura.
Através dele a acessória era mais efetiva. Só naquela área,  quatro Grupos e um Distrito, haviam cinco profissionais atuantes.
O Distrito possuíam ainda funcionários  em tempo integral, que faziam toda a parte burocrática, deixando que os assistentes distritais atuassem com maior desenvoltura e tempo junto aos jovens.
Fiquei sabendo que não havia desconfiança e a aceitação de todos era unânime.
Sempre achei que a evasão, mudanças e eleições dentro de um órgão Escoteiro, poderia criar atritos se os Profissionais não tivessem formação adequada, não imiscuíssem na parte técnica ou mesmo se considerassem como responsáveis, tentando mudar ou colocar pessoas de suas simpatias na liderança do órgão a que pertenciam.
Isto já aconteceu no passado, na própria Direção Nacional. Alguns Executivos Profissionais se tornaram “donos“ e passaram a manobrar as eleições e escolha dos dirigentes. Naquela época, poucos ficavam. Tão logo era eleita uma nova Diretoria, podiam se considerar demissionários.
Não era uma boa profissão, pensava eu. Não poderia haver futuro e nem chance de ascensão.    
Voltei para casa sem nenhum peixe. Mas  pesquei uma idéia que acho  ser a que o Escotismo está precisando.
Em nosso Grupo ainda não tínhamos aquela estrutura. Financeiramente lutávamos com grandes dificuldades. Algumas vezes tínhamos que financiar pequenas despesas do nosso próprio bolso. Claro que o Chefe do Grupo não aceitava de maneira nenhuma, mas a realidade era essa e não havia como discutir.
Para mim, a área financeira era o nó que  impedia um Escotismo forte e grande. Tudo aquilo que tinha visto e apreendido em cursos não tinha dado certo. É fácil falar como fazer e muito difícil fazer para depois falar. Era sempre assim. Eu desconhecia exemplos como aquele que conheci.
Quando havia um bom Dirigente na liderança, pelo menos o adestramento do Escotista não deixava  que o material se degradasse. Conheci diversos Grupos que fazia pena a maneira como era manuseado os materiais de patrulha, tropa e Grupo.
A saída para o campo ou uma atividade era uma verdadeira batalha. Faltava isso, faltava aquilo. Pôr mais que se adestrasse a patrulha , ela deixava a desejar com o seu próprio material.
Ter no Grupo profissionais não  significaria acabar com o desleixo. Essa é outra história. Mas pelo menos tudo iria fluir mais fácil, nas diversas etapas do desenvolvimento.
O "Velho" tinha comentado algumas vezes sobre os Executivos Profissionais. Achei que sua experiência era mantida pelos antigos, onde as divergências traduziram de maneira inadequada o aproveitamento deles.
Tive inclusive feito um comentário com ele que pôr diversas vezes vi um anuncio em um jornal de grande circulação em nossa cidade, procurando um Executivo Escoteiro. As exigências eram excelentes. Não sei se encontraram o que queriam ou quantos enviaram currículo e quantos desistiram quando souberam do que se tratava.
Sua resposta era sempre “sarcástica”: - Pode contar que depois de tudo isso, vão admitir alguém de dentro. Quem sabe até mesmo um da comissão ou Diretoria que decidiu isso!.
- Pode até ser uma boa idéia, mas não será assim que teremos executivos cumprindo funções e bem, sem imiscuírem na parte do Escotismo. Não dá para conciliar as duas coisas.
- Você é o que é. Ou executivo ou dirigente uniformizado ou Escotista. Este tipo de escolha sem querer faz com que se pense na continuidade sem plena liberdade de uma eleição democrática.
- Um executivo tem uma força tremenda junto a alguns bajuladores e outros sem formação que acreditam que tudo vem da Lei, onde o Escoteiro é leal e não desconfia de ninguém. Haja tolos para aceitaram a velha autocracia ou quem sabe um fascismo disfarçado!
Era o "Velho" de sempre. Não deixava de ser “sarcástico”. Não sei se ele tinha razão. Um dia voltaria a conversar com ele e iria mostrar que deu certo. Bastou fazer o certo!.
                                                                                                        O....PATA...TENRA...


EXECUTIVOS PROFISSIONAIS  fasc. 37

“ A sabedoria comum diz que o Bem tem uma tendência a crescer e se preservar, enquanto o Mal tende a crescer até destruir a si mesmo.
Mas talvez haja uma falha em nossas definições... Pois não seria prejudicial o Bem crescer até extinguir a existência do Mal?
MARION ZIMMER BRADLEY

O QUE SERIA DO ESCOTISMO SEM AS ENTIDADES PATROCINADORAS


Final

- A existência física na terra é feita de momentos diversos que se encarregam da evolução da criatura. Momentos de gáudio fazem-se suceder pelos de aflição, enquanto os de repouso vem após aqueles de trabalho.
- Há momentos de paz e de luta, de conquista e de perda. Estes se apresentam entre os homens como sendo os momentos da violência e da angustia, do pessimismo e do medo.
- Sem dúvida, também se enflorescem agora as realizações nobilitantes e atividades de engrandecimento moral.
- Porque pululam não obstante, em toda  parte, os desesperados e os vencidos, os inquietos e os enfermos do corpo e da alma, os vitoriosos e vencedores, os honestos e felizes, a eles oramos agora na simplicidade, inspirados nas lições e exemplos, que tenhamos vistos e alcançados”.
Estava perplexo! - Era a Vovó quem orava em voz baixa. O local era propício, mas sua oração evoluía de uma maneira tão simples que poderia florir todo o bosque ao nosso redor em segundos!.
O "Velho" ouvia e seu semblante para quem pudesse ver, tinha uma áurea brilhante e seu sorriso era de um magnetismo irradiante, o que sempre acontecia quando a Vovó falava. Ele a amava. Nunca se sentiu culpado pela ausência e  horas que dedicou ao Escotismo e não foram poucas. E ela nunca cobrou. Seu apoio foi verdadeiro, pois acreditava que também estava ajudando aquela juventude tão necessitada.
No pouco tempo que ficavam juntos, ele dedicava seus sonhos, sua vontade de viver  com ela ao seu lado, e isso fazia entre os dois o  florescer de uma nova vida.
O sol chegava com todo o seu esplendor. Ali estávamos nós, sentados sobre a grama, embaixo de uma árvore pequena mas cujas folhagens nos protegia dos raios fortes e do calor que naquele momento era bem vindo, para penetrar em nossa pele, em nosso corpo e nos dar a alegria de viver em plena natureza!
Eu me empolgava sempre que participava daquela atividade. Ver pais, tios, avós, parentes, amigos, uma multidão com todos os membros jovens e adultos no Encontro Anual em pleno campo, tinha um sabor todo especial.
Eram duas vezes ao ano. No primeiro e no segundo semestre. A cada uma, mais aumentava o numero de adultos presentes. Eles adoravam aquela atividade. Brincavam junto com os jovens, formavam novas patrulhas ( já havia algumas de atividades anteriores e que tradicionalmente não aceitavam novos integrantes), e a disputa indisciplinada e gostosa, a alegria contagiante de ser o primeiro, mostrava todo ano que aquela atividade era um marco na historia do Grupo Escoteiro.
A programação era simples e simpática. Não havia a preocupação de horário, os jogos eram mais para divertir e as representações no “pseudo” Fogo de Conselho, nunca deixavam de ser hilariantes o que no final valia toda a atividade.
Alugaram quatro ônibus, fora aqueles que foram com seu próprio veiculo. Eram mais de 400 participantes.
O "Velho" também se divertia. Tinha a sua patrulha e em alguns programas participava. Não em todos, pois como dizia , seu físico era de um atleta olímpico e ele não podia desperdiçá-lo.
Éramos uns seis embaixo daquela árvore, já que a maioria estava em atividade e olhe - Que atividade!
Como se divertiam! Uma algazarra tremenda ocupava todo o espaço no local de reunião.
Todo o ano procurava-se um novo local para não ficar repetitivo. Ele tinha que ter condições para acolher o numero grande de participantes e principalmente tinha que ser bem fora da cidade. Quanto mais distante melhor. Dava um aspecto de aventura.
Naquele ano, achamos um excelente local, próprio para este tipo de atividade que era alugado para organizações diversas e oferecia tudo àquilo que necessitávamos. Afinal, com um grande numero de adultos e crianças em um só dia não podíamos improvisar.
Não sei como o assunto do Executivo Escoteiro apareceu. Acho que foi através do chefe do Grupo, que vendo toda a pujança da participação, pensou que não podia continuar assim somente com voluntários.
- Você está certo - falou o "Velho"  - O Grupo cresceu muito e precisa de uma estrutura profissional. Já está na hora de ter pelo menos um ou dois funcionários burocráticos, em tempo integral e acho que até um bom executivo, de nível superior, para desenvolver melhor diversas necessidades pois a Diretoria não tem tempo disponível. Inclusive para a supervisão dos demais funcionários.
- Já pensei nisso - falou o Chefe do Grupo - Mas não sei como começar e nem sei como fazer. Minha preocupação principal é com salários, impostos, obrigações sociais e pôr sermos dependentes da Direção Nacional, fico em duvida como agir, principalmente quando tivemos uma dificuldade enorme para providenciarmos a documentação exigida em nível local e estadual. Conseguir o CGC foi uma luta de gigantes! E ainda vem os fundos financeiros, pois cobrir tais despesas requer uma grande responsabilidade.
- Sei que a Direção Nacional está desenvolvendo um trabalho nesse sentido. Mas acho que as informações são muito amadoras. Participei de alguns cursos para Executivos Profissionais e não foi o que esperava. Muito amadorismo para o que se espera de uma pessoa qualificada. Colocar ali pessoal de nível superior para futuro aproveitamento é fazer com que os melhores desistam de vez!
- Você tem razão - falou o "Velho" - Nossa estrutura nesse sentindo é bem pequena. Não é o que acontece em outros países.
- Lembro que em épocas passadas, alguns países sul americanos, estavam tentando ajudar o nosso a desenvolver diversos planos de expansão e nos enviaram alguns bons profissionais.
- Me perguntava sempre como eles conseguiam e nós não, pois no continente éramos considerados os maiores e melhores!
- Lembro até que ouve  diversas tentativas de nos ajudarem e alguns projetos foram expostos. Alguns não participei e nem acompanhei,  mas um deles conheci de perto. Tratava-se do Projeto 2.000.
- Se me lembro bem, ele pretendia atingir em dois ou três anos um aumento do efetivo de 2.000 escoteiros em determinada área, que seria transformada em Distrito com estrutura própria. Dentro do projeto havia um cronograma de trabalho, com etapas preestabelecidas e conforme informações deu certo em outros países.
- O financiamento era externo e razoáveis para os nossos níveis. Contratava-se um executivo e no primeiro ano ele recebia integralmente conforme contrato inicial. No segundo e no terceiro ano, somente uma parte seria paga e ele deveria desenvolver o projeto, com tudo preparado, inclusive passo a passo para dar as condições financeiras adequadas na expansão e criação de novos Grupos e também conseguir que seu salário a partir do segundo e terceiro ano fossem coberto pois o plano inicial cobria integramente só no primeiro ano.
Após três anos, o Distrito ou área deveria gerar toda uma infra-estrutura que cobriria não só os salários como todo o funcionamento do Escritório Local ( entenda-se - distrito).
- Havia um bom financiamento, um bom planejamento com um cronograma bem feito e um executivo internacional para supervisionar. O que deu errado? - Não sei. Pode ser que onde ele foi implantado, nossos dirigentes não estavam bem preparados para desenvolvê-lo.
- Dependia-se de dirigentes voluntários, que tinham dúvidas e nenhuma experiência em expansão daquele nível. Principalmente a aceitação de Executivos Profissionais supervisionando tudo, inclusive a área técnica o que despertava ciúmes pois pensavam que estavam sendo preteridos pelos novos Grupos ( o trabalho tinha como meta, contatar empresas, igrejas ou organizações voltadas para o trabalho comunitário, que pudessem manter ou colaborar com a fundação de um novo Grupo Escoteiro).
- A escolha do executivo não foi feita dentro de padrões profissionais e sim pôr amizade ou escolha dentre Escotistas locais, desempregados, sem condições de assumirem um programa de tal envergadura. Os demais membros voluntários da área, distritais, dirigentes e diretores,  tinham dúvidas quanto à liderança do Projeto e não davam o apoio necessário nem a assistência necessária.
- O Executivo Internacional não podia interferir diretamente e ficava subordinado à direção local, o que  acredito ter sido a maior falha do Projeto.
- Conforme comentei antes, o ciúme, a falta de experiência com Executivos Escoteiros, a dúvida da ingerência de um projeto desconhecido falou mais alto.
- Não tínhamos pessoal qualificado nas lideranças para supervisionar de forma empresarial o desenvolvimento e as diversas etapas do cronograma. Os Grupos existentes naquelas áreas, criavam empecilhos e se sentiam desprestigiados e pelo que sei, o programa  durou pouco.  Um deles chegou a funcionar durante dois anos e foi um fracasso geral. Não pôr culpa do projeto mas sim pela falta de profissionalismo dos dirigentes daquela época.
Dai para frente, os órgãos sul americanos não mais se interessaram a não ser pôr pequenos projetos , estes sim, sem nenhuma necessidade e que fracassaram  em seus próprios países.
- O Serviço comunitário é interessante quando você tem um bom programa e um número considerável no efetivo Escoteiro.
- Não vou sintetizar aí o que acontece nos países de tradição escoteira. Um deles até a alguns anos atrás, possuía mais de 1.000 executivos (isso sem contar funcionários burocráticos). Seu desenvolvimento (o país) era medido na quantidade e qualidade de membros que possuía.
-  Conforme a estrutura e posição que ocupam,  as normas são rígidas e com o passar do tempo são assimilada pelos voluntários que em sua maioria são dependentes de seus serviços e aceitam sem questionamento.
- Os Executivos tem excelentes níveis técnicos e profissionais, organizam e dirigem Cursos Escoteiros dentro de altos padrões nas áreas mais remotas, facilitando os voluntários que não são obrigados a se deslocar de sua área a procurar locais distantes para se adestrarem.
- Vocês podem até não acreditar, mas em um desses países, existem alguns executivos treinados e adestrados em determinada atividade técnica e possuem altíssimos conhecimentos de Atividades Aventureiras. Suas especialidades são aproveitadas e solicitadas (através de contrato remunerado!) pôr algumas tropas a darem seu adestramento direto aos jovens, ou mesmo dirigindo e participando em uma atividade em nível desconhecido pelos Escotistas voluntários que não estão devidamente preparados. São pagos para aquela determinada atividade. Vocês já imaginaram?
- Nossas leis trabalhistas dificultam um pouco a contratação de executivos devido a nossa organização e estrutura. 
- Também não vamos criticar nossas dificuldades pois parece que está havendo um trabalho inicial. Ele é um pouco “capenga” já que durante muito tempo ficou paralisado e só agora está sendo reimplantado.
- Claro,  é melhor do que nada, mas está longe , muito longe para atingir nossas necessidades.
- Em um pais como o nosso, onde o desemprego, a falta de perspectivas, salários a altura do candidato e outras tantas dificuldades a serem superadas, principalmente a formação dos nossos Escotistas que não estão devidamente preparados para atuarem junto a bons profissionais, fica difícil um desenvolvimento nesse sentido em curto  prazo.
- São muitos os detalhes que devem ser analisados, aprofundados e informados a todos os escalões do Movimento Escoteiro. Não informações simples, sem bases concretas mas que deve ser motivo inclusive de uma sessão em qualquer curso Escoteiro para que a idéia seja concretizada dentro de padrões profissionais.
-  De uma coisa tenho certeza, se vão contratar alguém, pensem grande.  O executivo deve ser um profissional qualificado, inteligente, conhecedor do seu produto e que pode ser recebido sem constrangimentos pelos dirigentes empresariais, políticos e pôr toda a sociedade da comunidade. Deve ser organizado e ter planejamento para apresentar projetos que impressionem a quem vai procurar  ajuda.
- Não há dúvida. Sua formação profissional tem que ser de nível  superior. Não pode ser um amigo ou alguém do próprio Grupo que devido a alguma eventualidade do momento se encontra desempregado. Pode até ser, desde que satisfaça as necessidades solicitadas, mas acredito que no futuro poderá haver divergência entre os membros e ele. 
- Deve estar preparado para em qualquer situação, saber responder de uma maneira concreta e honesta os planos  o desenvolvimento e o objetivo a ser alcançado. - Qualquer pequena empresa ou de maior porte, não deixará de contribuir se sentir firmeza e clareza nos objetivos apresentados.
- Um profissional desse quilate não é barato. Mas o gasto tem retorno se conseguirmos achar o homem ou mulher ideal.
- Os pais são excelentes meios de chegarmos até os mais altos escalões das empresas na comunidade. Converse com seus Diretores. Mostre para eles as vantagens, e tenho certeza que se for bem feito e organizado a contratação os dividendos serão enormes e o Grupo só tem ganhar.
- É importante saber que esta contratação tem que ter o aval da UEB e me parece que é dela o Contrato a ser assinado. ( um dos motivos da inércia e dificuldades que desanima aqueles interessados). Não tenho certeza . Para ser sincero não tenho a menor idéia como seja e como deve ser feita. Isto é um pormenor, que vocês podem facilmente consultar a Direção Nacional ou Regional.
Não havia mais nada a falar. O "Velho" novamente tinha me deixado boquiaberto. A cada dia mais aprendia a conhecê-lo. Era sempre uma incógnita. Em alguns momentos, o achava ultrapassado e conservador, em outros mostrava conhecimentos que implicavam estar ao par dos acontecimentos do momento. 
O Dia passou, a tarde veio, cantamos brincamos e retornamos aos nossos lares.
Não podia deixar de lembrar das palavras do "Velho". Ele tinha me impressionado com seus comentários dos Executivos Escoteiros.
Pessoas como o "Velho" fazem falta. Ainda bem que temos tantos outros lutando para preservar a integridade e   não esquecem que este movimento é o único que pode realmente ajudar e muito na formação de nossa juventude.
Não sei se a ficção supera a realidade. Falta a todos nós mais arrojo. Somos um pouco arrogantes pensando sermos os únicos a entender e compreender as vantagens do Movimento Escoteiro.
Se pudéssemos mostrar  todo o nosso  programa, como seria fácil ter simpatizantes e colaboradores do Movimento Escoteiro.
Lembrei como os Zulus chamavam carinhosamente Baden Powell e quem sabe deveríamos também manter como máxima  em nossa mente para conseguirmos atingir nossos objetivos!:

                                                                          
                                                                        O...PATA...TENRA...

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